Fachada ativa como indutora de hospitalidade urbana
DOI:
https://doi.org/10.29147/revhosp.v21.1218Palavras-chave:
hospitalidade, fachada ativa, políticas públicas, grandes cidades, estabelecimentos gastronômicosResumo
O espaço público é um local essencial para os encontros nas grandes cidades. Assim como os espaços privados de uso público, em especial os estabelecimentos gastronômicos. Parte-se da premissa que a qualificação destes espaços é essencial para a geração de cidades hospitaleiras e pode ser providenciada pelo gestor público, que atua como anfitrião urbano, por meio de políticas públicas. Prova disto, é a inclusão do parâmetro qualificador de ocupação do solo “fachada ativa” no Plano Diretor Estratégico (PDE) de São Paulo. Este instrumento urbanístico incentiva usos comerciais e de serviços nos pavimentos térreos de edifícios multifuncionais, oferecendo contrapartidas fiscais ou construtivas. Dos usos da fachada ativa, pressupõe-se que os relacionados à alimentação são essenciais para a hospitalidade urbana. Tem-se como objetivo analisar aspectos arquitetônicos e urbanísticos de fachadas ativas implantadas numa via paulistana sob a perspectiva da hospitalidade urbana. Utiliza-se estudo de casos múltiplos na Avenida Rebouças. Os resultados indicam que, apesar da implementação de fachadas ativas, a falta de infraestrutura para dar suporte à implantação de restaurantes e bares e o distanciamento do prédio em relação à calçada comprometem a hospitalidade urbana, a atratividade do local e a sensação de segurança do lugar.
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