A gastronomia como elemento diferencial na consolidação do turismo cultural no Amazonas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.29147/revhosp.v21.1171

Palavras-chave:

turismo, gastronomia, cultura, identidade, Amazonas

Resumo

Este estudo investiga a influência da gastronomia na atividade turística no Amazonas, destacando como a culinária local pode se consolidar como um elemento diferencial na oferta turística. Utilizando uma abordagem qualitativa, a pesquisa recorreu a questionários estruturados e análise de conteúdo para coletar e interpretar os dados. Um total de 70 participantes dos municípios classificados nas categorias A e C do estado, incluindo os municípios de Barcelos e Novo Airão, foram consultados para identificar as matérias-primas e pratos que caracterizam a identidade gastronômica amazonense. Os resultados revelam uma forte presença de ingredientes nativos e pratos tradicionais na percepção dos moradores e visitantes, tais como o tucumã, a pupunha e o peixe local preparado de várias maneiras. O estudo também enfatiza a importância de estratégias de promoção e divulgação da culinária local, considerando-a como um recurso turístico subutilizado, apesar de seu rico potencial. A pesquisa conclui que a gastronomia do Amazonas é um componente diferenciador vital para enriquecer a experiência turística, sugerindo que políticas públicas e iniciativas de marketing devem ser desenvolvidas para integrar a culinária local nas ofertas turísticas, aumentar a visibilidade da região e promover a preservação cultural.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Claudia Araujo de Menezes Goncalves Martins, Universidade do Estado do Amazonas - UEA

Doutora em Turismo e Hotelaria pela Universidade do Vale do Itajaí. Mestre em Gestão de Negócios Turísticos pela Universidade Estadual do Ceará. Graduada em Turismo pelo Instituto Manauara de Ensino Superior. Professora Adjunta da Universidade do Estado do Amazonas Turismo.

Carlos Alberto Tomelin, Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI

Doutor em Administração e Turismo pela Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI . Mestre em Turismo e Hotelaria pela UNIVALI. Pós-graduado em Metodologia do Ensino Superior, Marketing e Turismo pela Univali. Graduado em Turismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Professor do Programa de Pós-Graduação stricto sensu - Mestrado e Doutorado - em Turismo e Hotelaria, da UNIVALI.

Edilza Laray de Jesus, Universidade do Estado do Amazonas - UEA

Doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestra em Educação Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande. Especialista em Ciências da Educação pela Università Ca'Foscari Venezia/Unisul. Licenciada em Geografia pela Universidade Federal do Amazonas. Professora da Universidade do Estado do Amazonas.

Referências

Antonini, B. O. (2003). A gastronomia típica da ilha de Santa Catarina: Um elemento de importância para o turismo cultural [Dissertação de mestrado, Universidade do Vale do Itajaí]. Itajaí, Santa Catarina, Brasil.

Bahls, A., Añaña, E., & Krause, R. (2017). A gastronomia e suas fronteiras conceituais: Revisão e proposta para futuras abordagens epistemológicas. In XIV Seminário da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Turismo. São Paulo.

Barbosa, J. L. M. (2016). O turismo cultural e gastronômico e o fortalecimento da identidade e competitividade dos destinos: Entrevista com Jordi Tresserras. Caderno Virtual de Turismo, 16(2), 9–14. DOI: https://doi.org/10.18472/cvt.16n2.2016.1346

Barceló, Q. R. (2007). Turismo y patrimonio alimentario: Un análisis de conceptos. In D. L. Arias (coord.), Antropología y turismo: Claves culturales y disciplinares (pp. 209–226). Universidad Autónoma del Estado de Hidalgo-Plaza y Valdés Editores.

Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Benchimol, S. (2009). Amazônia – Formação social e cultural (3ª ed.). Manaus: Valer.

Beni, M. C., & Moesch, M. (2017). A teoria da complexidade e o ecossistema do turismo. Revista Turismo - Visão e Ação, 19(2), 345–368. DOI: https://doi.org/10.14210/rtva.v19n3.p430-457

Bourdieu, P. (1984). Distinction: A social critique of the judgement of taste. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Chiachiri Filho, A. R. (2008). O sabor das imagens [Tese de doutorado, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo].

Claval, P. (2001). A geografia cultural. Florianópolis, SC: UFSC.

Coelho-Costa, E. (2009). Mistura do dia: A gastronomia e sua contribuição para o turismo. Revista Eletrônica de Turismo de Cultura, 3(1), 15–22.

Corner, D. M. (2003). Gastronomia e patrimônio cultural. Revista Eletrônica Turismo & Hospitalidade, 1(1), 45–55.

Costa, E., & Santos, M. (2015). Considerações sobre cozinha patrimonial. Resgate – Revista Interdisciplinar de Cultura, 23(30), 5–15. DOI: https://doi.org/10.20396/resgate.v23i30.8645802

Crouch, G. I., & Ritchie, J. B. (1999). Tourism, competitiveness, and societal prosperity. Journal of Business Research, 44(3), 137-152. DOI: https://doi.org/10.1016/S0148-2963(97)00196-3

Fagliari, G. S. (2005). Turismo e alimentação: Análises introdutórias. São Paulo: Rocca.

Gândara, J. M. (2009). Reflexões sobre o turismo gastronômico na perspectiva da sociedade dos sonhos. In A. Panosso Netto & M. Ansarah (orgs.), Segmentação do mercado turístico: Estudos, produtos e perspectivas (pp. 112–132). São Paulo: Senac São Paulo.

Geertz, C. (1973). The interpretation of cultures: Selected essas. Nova Iorque: Basic Books.

Hall, S. (1997). Representation: Cultural representations and signifying practices. Londres: Sage/Open University.

Henderson, J. C. (2009). Food tourism reviewed. British Food Journal, 111(4), 317–326. DOI: https://doi.org/10.1108/00070700910951470

Hernandez, J. C. (2005). Patrimônio e globalização: O caso das culturas alimentares. Rio de Janeiro: Fiocruz. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575413876.0008

Ignatov, E., & Smith, S. (2006). Segmenting Canadian culinary tourists. Current issues in tourism, 9(3), 235-255. DOI: https://doi.org/10.2167/cit/229.0

Lima, V. (2020). Habitante no Amazonas é o que come mais peixe no país e bebe pouco, mostra pesquisa. Amazonas Atual. Disponível em: https://amazonasatual.com.br/habitante-no-amazonas-e-o-que-come-mais-peixe-no-pais-e-bebe-pouco-mostra-pesquisa

Lody, R. D. (2008). Brasil bom de boca: Temas da antropologia da alimentação. São Paulo: Senac.

Marujo, M. N. (2005). A sociologia e o turismo. In F. Ramos & C. Da Silva (Orgs.), Sociologia em diálogo (pp. 21–32). Évora: Departamento de Sociologia da Universidade de Évora/CISA-AS.

Meneses, M. P. (2013). Para ampliar as epistemologias do sul: Verbalizando sabores e revelando lutas. Configurações, 5(1), 45–65. DOI: https://doi.org/10.4000/configuracoes.1948

Mitchell, R., & Hall, C. M. (2006). Wine tourism research: the state of play. Tourism Review International, 9(4), 307-332. DOI: https://doi.org/10.3727/154427206776330535

Montanari, M. (2008). Comida como cultura. São Paulo: Senac-SP.

Monteiro, M. (2001). Comidas e bebidas regionais. Manaus: Secretaria de Estado da Cultura, Turismo e Desporto.

Muller, S. G., Amaral, F. M., & Remor, C. A. (2020). Alimentação e cultura: Preservação da gastronomia tradicional. In Anais do Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul, Universidade de Caxias do Sul.

Nam, J. H., & Lee, T. J. (2011). Foreign travelers’ satisfaction with traditional Korean restaurants. International Journal of Hospitality Management, 30(4), 982-989. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijhm.2011.02.006

Nascimento, E. P., & Jacques, A. P. (2022). Estudo sobre tendências de turismo gastronômico [livro eletrônico]: Brasil 2030. Brasília: Ministério do Turismo.

Prodanov, C. C. (2013). Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico (2ª ed.). Novo Hamburgo: Feevale.

Ribeiro, J., Andrade, T. S., & Braghini, C. R. (2014). Sabores, saberes e o desenvolvimento do ecoturismo na comunidade Mem de Sá, Itaporanga D’Ajuda, Estado de Sergipe. PASOS - Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 12(3), 409–424. DOI: https://doi.org/10.25145/j.pasos.2014.12.029

Schlüter, R. G. (2003). Gastronomia e turismo. São Paulo: Aleph.

Souza, M. (2019). História da Amazônia: Do período pré-colombiano aos desafios do século XXI (1ª ed.). Rio de Janeiro: Record.

UNESCO. (2003). Convenção para a salvaguarda do patrimônio cultural imaterial. http://portal.unesco.org/en/ev.php-URL_ID=17716&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.htm

Maciel, M. E. (2004, junho). Uma cozinha à brasileira. Revista Estudos Históricos, 25(2), 25–39.

Lima, C. (2005, junho 20). Para uma antropologia da alimentação brasileira. In Anais do Seminário Gastronomia em Gilberto Freire. Fundação Gilberto Freire.

Ayora-Diaz, S. I. (2010, março 13). Regionalism and the institution of the Yucatecan gastronomic field. Food, Culture & Society, 13(3), 379–420. DOI: https://doi.org/10.2752/175174410X12699432700980

Mascarenhas, R. G., & Gândara, J. M. (2015, fevereiro). O papel da gastronomia na qualidade e competitividade dos destinos turísticos. Revista de Cultura e Turismo - CULTUR, 9(2), 112–132.

Oliveira, J. (2019). Contribuição do turismo para o desenvolvimento da economia. Administradores. https://www.administradores.com.br/artigos/contribuicao-do-turismo-para-o-desenvolvimento-da-economia

Mota, R. (2019). Turismo de selva aquece a economia no Amazonas. Jornal Em Tempo. https://emtempo.com.br/turismo/turismo-de-selva-aquece-a-economia

Downloads

Publicado

2024-12-26

Como Citar

Martins, C. A. de M. G., Tomelin, C. A., & Jesus, E. L. de. (2024). A gastronomia como elemento diferencial na consolidação do turismo cultural no Amazonas. Revista Hospitalidade, 21, 605–630. https://doi.org/10.29147/revhosp.v21.1171

Edição

Seção

Dossiê - Gastronomias e comensalidades: debates contemporâneos